Ceia do Senhor: O Mistério Pascal e sua centralidade na economia da Salvação
A Eucaristia é o ápice e a fonte da vida da Igreja[1], ela é o centro da economia de salvação. “Na santa ceia, o senhor se torna presente na história da maneira mais completa, congregando o seu povo: é a eucaristia que faz a Igreja. Invoca o dom de Deus, abrindo-se para recebê-lo, com a humildade acolhida de louvor: é a Igreja fazendo a Eucaristia”[2].
A partir da SC 5 percebemos que a realização concreta do designo de Deus, e de toda profecia se cumpre em Jesus Cristo. A SC ao afirmar que no “Mistério Pascal de sua sagrada paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão” foram realizadas as três fases redentoras de Cristo e o Concílio coloca a Páscoa de Cristo no centro da história da salvação e no centro da Liturgia[3].
A Páscoa ganha um novo sentido a partir da encarnação do Verbo e de sua paixão, morte e ressurreição, pois, houve uma intervenção definitiva e universal de salvação. “O sentido da Páscoa encontra a sua plena realização em Cristo, porque para ele a humanidade entrou, verdadeiramente, naquela libertação e salvação que Deus desde a eternidade pensava e queria para todos os homens”[4]. A Páscoa, a partir do NT não é mais simbólica e portadora de uma promessa de salvação, agora ela é perfeita e total em relação à salvação.
Na Páscoa de Cristo se dá, verdadeiramente, a plenitude da salvação, o que era apenas simbologia e promessa, agora é uma páscoa que “realiza uma promessa e uma passagem do Filho de Deus que, tendo-se encarnado, jamais cessará de ser verdadeira libertação dos Homens; ‘com efeito, permanecerá conosco até a consumação dos séculos’ (Mt 28,20), isto é, como Páscoa eterna”[5]. Após a Paixão de Cristo, a Páscoa toma um novo sentido na vida dos cristãos, ela se tornou o memorial deste grande mistério da salvação.
Por: Pe. Leandro Paulo do Couto
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[1] Cf. SC 10.
[2] Bruno FORTE, Introdução aos Sacramentos, 1996, p. 55.
[3] Cf. B. NEUNHEUSER; S. MARSILI; M. AUGÉ; R. CIVIL, op. cit., p. 116-117.
[4] B. NEUNHEUSER; S. MARSILI; M. AUGÉ; R. CIVIL, op. cit., p. 118.
[5] Idem, p118.